O tempo passou tão rápido, lembro-me que ontem tudo parecia ser mais acolhedor, agora parece que se encaminha para o fim e novamente estou aqui em pé diante do cais da vida e o mar que está diante de mim parece hostil.
Recordo-me que navegava esse mar hostil e que fazia parte de mim, era algo que gostava de viver, em suas ondas (momentos) vivi muitos amores, aproveitei das suas correntes fortes que me levavam fazendo-me realizar alguns sonhos e paixões onde perdia meu norte, amei essa vontade de navegar nesses mares da vida.
Recordo-me que naveguei por ele ao sabor do vento e ancorava onde quer que as correntes desse mar me levassem e quando chegava em algum cais, aportava por um tempo imaginando o futuro, sonhando como tudo poderia ser.
Porém, estou chegando ao final das minhas viagens, meu barco está com as velas rasgadas pelo tempo, não mais poderei navegar nesse mar onde travei batalhas em mares desconhecidos, zingrei ondas que me jogavam de um lado para outro e senti o sabor das suas espumas salgadas e amargas.
Pensar que foi nesse mesmo cais o meu ponto de partida, lembro da minha transformação de criança nesse homem que sou, capitão da minha vida, sempre soube que não ganharia medalhas como os navegantes olímpicos, o tempo passou, pela primeira vez em pé nesse cais de onde um dia partiu aquela criança que fui, sinto medo de voltar nesse mar que aprendi a vê-lo com olhos de quem sabia bem o que queria.
Sei que se entrar nesse mar terá que ser com cautela, não sei para onde navegaria nesse mar agora desconhecido e onde posso ter deixado os tesouros que encontrei, não sei!
O que sei é que vivi nesse mar que agora desconheço, posso ter errado e nem ter encontrado tesouro algum, não tenho o direito de navegar como antes fazia, chegou o momento de ficar ancorado nesse cais e ficar olhando para o horizonte desse mar que por tempos naveguei, vou deixar aportado meu barco com suas velas maltrapilhas para o eterno descanso, quem sabe, ser na mente daqueles que lançarão seus barcos ao mar em busca dos seus sonhos, uma pequena lembrança.
®Jorge Bessa Simões
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"Vou buscando em versos simples descrever meus sonhos que foram compondo minha vida e que tanto me deu prazer, já que os vivi em todos os sentidos. Tudo foi como uma canção que embalou minha vida onde vivi a carência necessitada, porém tudo me foi saciado, e é nos versos simples da vida que agora preservo as minhas velhas memórias poetizadas." (Jorge Bessa Simões) Velhas Memórias Poéticas. Copyright © 2013-24 ®Direitos Autorais Reservados.Lei 9.610/98
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