
No funeral dela, estarei em silêncio, o olhar distante, muitas serão as lágrimas, meus filhos estarão ao meu lado, envoltos na dor das nossas lembranças. Iremos recordar os tempos felizes e compartilhar histórias sobre mãe deles, minha esposa.
Depois do enterro, não vou querer ir embora logo, minha voz estará cheia de tristeza, os olhos cobertos de lágrimas, meu filhos insistirão para irmos, mas vou dizer-lhes “Por favor, não discutam com um homem que acabou de perder a esposa com quem viveu por tantos anos”. Espero que respeitosamente, eles façam o que eu pedir.
Quero voltar ao túmulo dela e sussurrar uma oração. Depois direi aos meus filhos, algo que eles nunca esquecerão: “Foram tantos anos, sabem, ninguém pode entender o amor até viver uma vida com alguém. Eu e sua mãe compartilhamos tudo, nossas alegrias, dificuldades, momentos bons e ruins, como quando perdemos tudo e nos mudamos, após ter vendido a casa e virmos para o interior.
Nesses anos, celebramos os sucessos de cada um de vocês, choramos a perda de familiares e amigos. Oramos nas salas de espera dos hospitais, nos abraçamos e perdoamos os erros um do outro. Mas sabem por que estou calmo? Porque ela se foi antes de mim. Ela não precisava suportar a dor de me perder, de ficar sozinha. Eu a amo tanto que não gostaria que ela sofresse assim. Sou eu quem tinha que carregar esse fardo, e agradeço a Deus por isso”.
Espero que isso os console e entendam o verdadeiro significado do amor que durou toda uma vida. Não foi romantismo ou paixão, foi compromisso, parceria e momentos compartilhados entre duas pessoas que escolheram se amar, apesar de tudo o que a vida traz.
Essa é uma história hipotética ou não!
®Jorge Bessa Simões
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*Foto Extraída do Google Imagens.
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