*"A flor em minhas mãos" (Poema)

Ultimamente não tenho me sentido muito bem, me sinto angustiado e mais que nunca me sinto sozinho, é uma angústia tão grande que não sei se um dia isso vai chegar ao fim.
Sentado a beira do caminho mesmo tendo lindas flores ao meu redor, tudo a minha volta se torna imensa escuridão.
Pego uma dessas flores e a seguro em minhas mãos, e mesmo nesse momento sinto que estou me tornando fraco e já nem sei como reagir, mesmo diante da beleza dessa flor, a minha volta só vejo a escuridão se aproximando me trazendo o medo, é uma ansiedade que aos poucos vai me consumindo.
É complicado, gostaria de dizer que estou bem, mas não tem jeito, as coisas sempre me aconteceram muito rápido e tudo de uma vez só, por isso não sei quanto tempo vou conseguir aguentar, nem a flor que está em minhas mãos terei a quem entregar pois vejo nela a mesma fragilidade que estou sentindo ultimamente.
Sei lá, sempre tentei fazer e ser o melhor a tudo que me dediquei, mas acho que no fundo eu só falhei, por isso meu peito dói, me falta o ar, sinto que até no meu psicológico tudo está se acabando.
Percebo que morro aos poucos todos os dias, tento colocar um sorriso no rosto para fingir que está tudo bem e não escutar sempre as mesmas coisas de pessoas que não movem um dedo pra me ajudar, o usam somente apontar meus defeitos e lançam criticas verbalizadas me fazendo entender que não está nem aí.
Nesses últimos dias não tenho sequer conseguido dormir direito, a insônia me persegue madrugada a dentro, e isso já está ficando cansativo demais.
Sei que nunca servi pra nada, sequer dei o orgulho que falei que daria pra minha mãe, a única coisa que dei a ela e a alguns a minha volta foi angústia atrás de angústia, tentei de todas as maneiras agradar a todos, mas não foi o suficiente.
Perdi as contas de quantas vezes pedi que minha vida fosse tirada, sei lá, são tantas emoções e sentimentos que nem sei o que realmente estou sentindo por dentro, sinto que nem mesmo a flor que agora seguro em minhas mãos, eu nunca poderei dar a alguém, já que nunca fui ou sou o suficiente para ninguém.

®Jorge Bessa Simões

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