quinta-feira, 12 de setembro de 2024

*"Somos dois amantes" (Poema)

O tempo tem passado rápido em nossas vidas, mas para mim ainda é insano despertar das tuas horas nuas e sair debaixo dos lençóis que envolvem nossos corpos depois das nossas batalhas de amor.
É difícil ver os raios do amanhecer e saber que devo deixar teu aroma perfumado que me inebria como o toque de absinto e abdicar da tua pele de veludo profano.
Fere-me a luz do sol a penetrar as venezianas da janela do nosso quarto onde nenhuma manhã será o bastante para me fazer esquecer das nossas noites de amor e carinho.
Dizem os puritanos de plantão que, amar é pecar, mas que culpa temos se não se amam por medo ou covardia e depois se perdem num rumo abominável de suas realidades.
Quero aplacar teu fogo e consumar nossos desejos para que recolhas os mistérios do meu ser em sua concha de amor, e num beijo úmido e profundo, sentir latejar a vida entre nós dois.
Nenhuma manhã será grandiosa, o dia não valerá a pena senão nos amarmos em nossas noites onde nossa vida se esvai num extâse profundo e profano, isso é o nosso amar.
Tudo entre nós é denso, o teu perfume fica grudado em mim, penetra em minha pele, tanto que ao transpirar sinto você comigo durante todo o dia na espera da penumbra que irá nos envolver num novo instante noturno onde tudo recomeça ao nos amar.
Nem o raio de sol pode te traduzir como a luz noturna que te despe, me trazendo o enigma noturno do teu corpo que me enlaça nesse nosso amar sem fim.
Este é nosso amor de tantas fases que a cada noite se multiplica nos fazendo ser os mesmos dois amantes de outrora, ainda que o tempo passe.

®Jorge Bessa Simões

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