
Quantas vezes debaixo das marquises dos prédios ou das pontes onde tive que dormir, eu via cenas nas ruas que me arrancavam lágrimas, talvez por isso eu sou o que choro, tanto quanto gosto de ser o abraço inesperado que muitas vezes eu não tive, sempre que podia e posso, eu sou a força dada para o amigo que precisou, mas que no dia em que mais eu precisei dele sua força me foi negada.
O passado me ensinou a ter sensibilidade que em mim ainda grita, o carinho que busco muitas vezes sem encontrá-lo, me ensinou também a juntar os meus pedaços que ainda se juntam, mesmo depois de tanto tempo.
Eu sei que mesmo depois de tantas coisas vividas, boas ou ruins, posso ser a gargalhada de um momento triste e a tristeza de um momento de risos, posso ser o beijo dado e roubado no momento de um reencontro ou quem sabe numa despedida.
Ainda que eu me desnude deixando a mostra minhas cicatrizes, não guardo raiva de não ter alcançado tudo o que queria, porém, me sinto feliz com tudo que conquistei até aqui, mesmo que sinta a impotência de não conseguir mudar muitas coisas da minha história, mesmo que as vezes eu sinta o ódio que tudo isso me dá.
Por outro lado não posso deixar que certas coisas me aconteçam pela vontade dos outros, é por isso que eu sou a estrada por onde passa o meu presente, e assim eu sou o que penso, sou o que faço e o que ninguém vê, afinal a cada dia é um novo começo.
E a minha história continua...
®Jorge Bessa Simões
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