
Mesmo assim busco pensar nas coisas boas que vivi desde criança, de como aprendi a andar de bicicleta mesmo depois de cair tantas vezes, e ao ver o sangue no meu joelho escorrendo, doía, mas lá estava o calor de uma das pessoas que mais soube aquecer meu coração, suas palavras tinham o poder da cura quando ela dizia:- "Não está doendo mais, me dê sua mão e vamos tentar de novo."
Mais tarde, na minha adolescência, juventude e na maturidade adulta, como gostaria de sentir o vento no meu rosto desenrolando meus cabelos vendo as folhas outonais espalhadas no chão, nessa analogia, o que mais queria sentir era o calor das mãos daquela mulher que me levantava quando eu caia, me colocava em seu colo, arrumava meus cabelos e enxugava dos meus olhos as lágrimas das minhas dores, as coisas eram simples, fáceis, práticas.
Porém o tempo insisti em levar minhas lembranças para longe, por mais que queira fugir disto, não posso! Sei que já não tenho mais o equilíbrio para pedalar, é pior, logo meus Abril já não existirão mais, e meus dias agora são feridos pela hipocrisia de alguns a minha volta, talvez, eu seja culpado, porque acreditei que pudesse ser diferente, mas não é assim, por isto, só me resta suportar minhas dores e esperar que se fechem as minhas cicatrizes, mesmo vivendo meus Abril ferido.
®Jorge Bessa Simões
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