
É preciso, é forçoso que te cales,
Não deixe no meu sangue mergulhado,
O veneno soturno dos seus males,
Julgam-te mal e vives desprezado,
Sem que possas mostrar o quanto vales,
Porém prefiro que sofras enjeitado,
A que desesperadamente fales,
Sofra contristo a tua penitência injusta,
Meu coração,
Pois bem sei o quanto te custa espezinhar,
A chama que te aquece,
Enquanto passa a vida irreverente,
Recolhe do meu peito o sangue quente,
E nele afoga a tua dor,
Coração, esquece!
®Jorge Bessa Simões
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