Embora ainda me sinta como aquela criança que ganhou um pacote de doces, comeu o primeiro com prazer e quando percebeu que havia poucos, começou a saboreá-los mais profundamente, percebi que não tenho mais tempo para reuniões intermináveis onde são discutidos estatutos, regras, procedimentos e regulamentos internos, sabendo que nada será alcançado.
Não tenho mais tempo para apoiar pessoas absurdas que, apesar da idade cronológica, não crescem, meu tempo é curto para ficar discutindo isso ou aquilo, o que quero é essência, ainda tenho pressa, até porque, estão se acabando os doces no pacote.
Percebi que o que quero é viver ao lado de pessoas humanas que saibam rir dos seus erros, que não ficam inchadas com seus triunfos, não se consideram melhores que ninguém, e ao mesmo tempo, não ficam longe de suas responsabilidades, pois sabem como defender a dignidade humana e o fortalecimento espiritual, e melhor, querem andar sempre ao lado da verdade.
Pessoas que mostram que o essencial é o que faz a vida valer a pena, que saibam tocar, em especial as pessoas a quem os golpes da vida ensinaram a crescer com toques suaves no coração e nos sentimentos.
Ao despertar nesta manhã dos meus abril, percebo que ainda tenho pressa para viver com a intensidade que só a maturidade dos tempos puderam me dar.
Quer dizer, não pretendo desperdiçar nenhum dos doces que tenho ou ganhe, na certeza de que eles serão mais requintados do que os que comi até agora.
Meu objetivo é, se tiver que chegar ao fim, que me sinta satisfeito e em paz com minha consciência e meu coração, até porque depois de tudo o que já vivi, aprendi que nós temos duas vidas, e a segunda começa quando se percebe que só temos..., uma!
®Jorge Bessa Simões
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