Sinto falta daqueles que estão nas minhas memórias, o silêncio se torna evidente ao cair da madrugada, muitos conseguem dormir e eu sou vencido pelas horas que logo irá anunciar o nascer de um outro dia.
E ai, outro tormento começa, desperto busco uma forma de enganar a solidão, essa é uma busca inválida que me faz triste, é quando rolam lágrimas amargas.
Ao final do dia, meus olhos ardem pela falta de sono, minha mente se recusa a ceder e me traz as lembranças das saudades que sinto, meus pensamentos se tornam distantes da realidade onde me pego perdido em sonhos, o jeito é me render aos mistérios, é o meio de chegar ao fim.
Vivo num mundo onde não consigo fazer parte dele, por, como dizem, ser imprevisível, intenso, sonhador e capaz de ir onde ninguém se atreveu a ir, e por me render a este prazer.
Mais uma noite chega de forma automática me agarro ao travesseiro levado pelo êxtase dos meus devaneios, meus olhos se tornam pesados, espero que na penumbra consiga dormir.
Que essa noite não me faça passar em claro, a paz permeia meu coração, percebo neste momento que a mente humana é fantástica.
E é muito melhor que qualquer projetor pois reproduz a saudade com imagens tão reais que são como se estivesse vivendo tudo de novo, e por ser uma memória seletiva, algumas delas me trazem tanto a alegria como as tristezas e ao mesmo tempo podem ser as mais românticas e felizes.
Não consigo mais escrever, mal enxergo as letras no teclado, talvez este o momento de ir dormir e não ficar em claro esta noite, mas se não conseguir, amanhã ou na madrugada, rolam novas linhas para descrever as minhas saudades, por mais que eu queira dormir, boa noite!
®Jorge Bessa Simões
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