domingo, 12 de novembro de 2023

*"Como pai" (Poema)

Como pai perdi a coerência, o rebolado, o jogo, o juízo, o inicio do filme, o término do jogo, a conta de quantas vezes precisei me achar, me renovar, me reinventar, recomeçar como homem e pai, quantas vezes. Porém o tempo tem sido implacável comigo, envelheci na minha procura e regressei compassivo, troquei minhas certezas pelos acasos, meu sorriso está a meio mastro, esperando uma luz para iluminar meus caminhos tão incertos quanto a certeza do meu caminhar. Logo não ouvirei mais nenhuma gargalhada, só me restará as lágrimas que chorarão como minha única recompensa, pois está chegando meu tempo final, tempos de espera em escassez das alegrias, mas não me rendo à rotina, blefei na vida muitas vezes e sei que perdi o jogo afetivo em especial como pai. Ainda consigo juntar minhas pretensões, olhar meu horizonte com uma pontinha de desejo para sangrar menos após novas perdas. Nesse momento estou medindo a distância e invento um voo rápido, o que afaga minha sanidade, é por isso que digo baixinho: "Compraria um corretivo para minhas ilusões na busca de enxergar melhor o futuro, mas para que isso se realizasse creio que o melhor seria amputar o passado." Quem sabe só assim não me perco mais como homem e nem como pai. ®Jorge Luiz Bessa Velhas Memórias Poéticas. Copyright © 2013-2024 ®Direitos Autorais Reservados. Lei 9.610/98 *Foto Arquivo Google Imagens. ©Todos os direitos reservados/2024
 

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