domingo, 12 de novembro de 2023

*"Quando" (Poema)

Quando ficar velhinho e sozinho pode ser que vá morar um pouco com cada filho e dar a eles tantas alegrias como eles sempre me deram quando eram crianças, quero retribuir tudo o que desfrutei deles fazendo as mesmas coisas, creio que eles irão amar.
Vou escrever nas paredes com lápis de cores, pular no sofá com sapatos, beber direto nas garrafas de água as deixando vazias e fora da geladeira, comer doce de leite com os dedos e entupir de papel os vasos sanitários; "creio que eles não vão ficar bravos com isso".
Quando eles estiverem no celular e não puder me alcançar, vou aproveitar para brincar com o açúcar ou com água sanitária, eles vão balançar as cabeças e correr atrás de mim, mas, estarei escondido debaixo da cama, atrás do sofá ou quem sabe dentro do guarda roupas, "hein?".
Ao me chamarem para o jantar, não vou comer verduras ou carne, vou me engasgar com o quiabo, derramar suco na mesa e quando se zangarem comigo, vou correr se ainda for capaz e me sentar pertinho da TV e ficar mudando de canal o tempo todo, atirarei as meias pela sala até perder um pé, vou brincar na lama no dia que chover, e mais tarde à noite, já deitado, vou agradecer a Deus por tudo e fechar meus olhos para dormir.
Meus filhos com certeza vão olhar para mim com um certo sorriso e dirão: "Ele é tão doce quando está dormindo!". Será?

®Jorge Luiz Bessa
(Baseado em Texto de Autoria Desconhecida)

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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