Na frente desta tela fria tento encontrar algo que me sirva de inspiração neste tempo em que estou vivendo minhas memórias, e assim paro e reflito em tudo o que já vivi.
Quando menino, nunca compreendi o porque de tantas rejeições, conheci das ruas todas as maldades possíveis, minha infância foi roubada e violentada, fui deixado como morto na linha do trem mas eu sobrevivi, passei fome e frio, dormi debaixo das marquises geladas de uma grande metrópole.
Para muitos esta é uma história sem relevância, mas para mim que recebia ponta pés mais que abraços, restaram marcas e as cicatrizes de uma triste infância, foi assim que tentei me tornar um jovem e encontrar meus espaços.
Na minha juventude muitos momentos foram marcantes, mas um dos que me marcou profundamente foi quando senti o cheiro do óleo da minha moto misturando-se as lágrimas e ao sangue no asfalto daquela que um dia amei e que naquela noite de abril morreu em meus braços, restando-me a saudade.
Como gostaria de afastar essas lembranças que me doem, sem contar que poucos foram os amigos que tive e nada posso falar sobre eles.
Tento buscar na inspiração que se esvai em minhas memórias que estão mergulhando nas brumas do meu pensamento, e neste instante me fazem viajar no tempo em que sonhava com a felicidade que tragicamente entristeceu meus abril distantes, tornando-se lembranças despedaçadas que destruiu parte do meu coração e essas memórias me fazem chorar.
Busco acordar para minha realidade, mas percebo que na verdade estou morrendo e é nesse contexto desconexo que mais um abril vem e logo se vai, tudo passará diante de mim mais uma vez, são memórias que só pertencem a este coração que a cada dia está enfraquecendo.
Logo serei levado para um caminho do qual posso não mais voltar, ao menos não neste tempo, aos que aqui ficarem talvez reste minhas saudades ou pode ser que nem se recordem de mim, já que nesta vida desconexa dos meus abril essas são as minhas cicatrizes.
®Jorge Bessa Simões
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*Foto Arquivo Google Imagens.
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"Vou buscando em versos simples descrever meus sonhos que foram compondo minha vida e que tanto me deu prazer, já que os vivi em todos os sentidos. Tudo foi como uma canção que embalou minha vida onde vivi a carência necessitada, porém tudo me foi saciado, e é nos versos simples da vida que agora preservo as minhas velhas memórias poetizadas." (Jorge Bessa Simões) Velhas Memórias Poéticas. Copyright © 2013-24 ®Direitos Autorais Reservados.Lei 9.610/98
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