segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

*"Como será que meus filhos me veem como pai?" (Poema)

Meus filhos, olhem minhas mãos, elas foram importantes na construções de vocês, foram firmes no orientar e serenas no amparar, as vezes elas não tiveram como fugir ao dever de punir, porém jamais se aviltaram para os agredir.
Minhas mãos buscaram sempre o exemplo do trabalho, mas não se abriam apenas materialmente já que isso é um modo de fechar nossa consciência, porém ao abri-las buscava abrir muito mais o meu coração e a minha compreensão.
Desta forma aos seus olhos que responsabilidade tenho? Que vocês possam ver as qualidades deste pai, por pequenas que tenham sido para que os fizessem crescer, não procurem ver em mim apenas defeitos e falhas, porque sei o quanto me esforcei para corrigi-los.
Não me considerem um pai sem defeitos, mas que isso não os desobrigue de entender que busquei o melhor para ensinar o que era certo a vocês, ainda que tenham dificuldades em me seguir, o mais importante é sem dúvida lutar para compreender os ensinos da vida que vos passei.
Assim meus filhos, o que gostaria é que um dia possam ser bons pais, que saibam conceber tudo por amor e não a receber do amor, saibam que muitas vezes será preciso renunciar ao amor, porém entendam que sem este amor tudo perderá o significado da vida.
Vocês sempre estarão presentes no meu sangue, na minha herança biológica, na cor, no nome, nos olhos e nos meus pensamentos, porém tudo isso logo desaparecerá senão souberem me fazer presente em seus corações.
Por isso as vezes me pergunto; "Como será meus filhos que vocês me veem como pai?"

®Jorge Bessa Simões

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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