Não tentem prolongar minha vida artificialmente através de uma máquina, não chamem a cama onde estiver deitado de leito da morte, lembrem-se, que tentei servir a Deus para que pudesse ter uma vida plena e intensa.
Quantas vezes vi o nascer do sol, o rosto de um bebê, entre eles dos meus filhos, o amor nos olhos das mulheres que passaram na minha vida, principalmente, nos olhos da mulher que me deu a vida, doei meu coração para as pessoas, pena que isso não foi suficiente para que entendessem meus sentimentos.
Meus rins que até então nunca dependera de uma máquina, nesse momento crucial poderá deixar de funcionar, meu sangue já não será purificado por esse órgão, mas, mesmo parando de circular em meu coração, acreditem, desejaria ardentemente sobreviver, porém sei que meu corpo está cobrando o tempo vivido.
Meu fígado sempre bem cuidado para me manter vivo e recuperar minhas energias logo entrará em colapso, como entrei muitas vezes por lutar não só por mim, mas por outras pessoas e pelas causas que do meu ponto de vista eram nobres.
Meus pulmões que respirava o oxigênio que tanto precisava para viver, logo não conseguirá fazer isto, meus ossos, cada músculo, fibra, nervo, cada gota do meu sangue que tanto ajudava meu corpo no transcorrer da minha vida e que me levaram por muitos caminhos, logo não mais irão funcionar, estarei morrendo depois deste tempo breve.
Procurei realizar meus sonhos, tentei traduzir em ações meu conhecimento e o meu ideal, porém muitas vezes fui mal compreendido, criticado, julgado como louco e vilão da história, alguns foram tão medíocres que só souberam demonstrar intolerância e incompreensão por mim, minha presença, por causa dos meus erros chegou ser motivo de vergonha para alguns, como se ninguém houvesse cometidos erros na vida, e por isso não mereço o perdão, é assim que depois deste meu tempo breve estarei morrendo.
®Jorge Bessa Simões
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