sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

*"Desde criança" (Poema)

Desde criança aprendi a andar pelo submundo dos medos, enquanto tentava escapar pelas fendas das minhas fantasias, a me levantar entre as quedas que a vida me impos, e fortalecer quem eu sou e não perder o brilho dos meus olhos entre tantas tristezas e perdas, me preparei para voar o mais alto que pudesse como se fosse um cometa que viaja pela imensidão do universo, tive que esconder meus sentimentos na lógica, pois para mim as coisas são proibidas e demonstrar o que sinto é algo ofensivo, sei lá?!
Desde criança convivo com a rejeição e o preconceito de uma sociedade que quer subjugar meus passos e manipular o impulso do meu voo por eu ser quem sou.
Alguns sussurraram contra mim na tentativa de apagar a minha silhueta que marca os caminhos por onde passo, quiseram esculpir em mim uma plumagem fantasiosa daquilo que nunca fui e que é contra a minha essência.
Desde criança busco no mundo dos poemas e poesias que escrevo, parametros para meus sonhos e porque não para minhas fantasias, já que ainda busco um impulso a mais para criar os meus horizontes, sempre soube que meu caráter tem um fogo intenso, mesmo sofrendo com perdas e tristezas por causa dos traumas que muitas vezes tive de enfrentar sozinho, mesmo assim continuo vivendo a vida de forma apaixonada, me entregando com uma energia inimaginável a tudo que estive ao meu alcance para amar, mesmo com o respirar da minha calma quebradiça, mas não desaponto a mim mesmo neste mundo cruel que nós homens criamos só para dizer que somos fortes.
Desde criança aprendi ver meus objetivos com um olhar profundo, apreciando os valores de tudo que tive na vida e que carrego dentro de mim, busco não me perder na covardia dos que me querem mal, porque mesmo enfrentando minhas tempestades, me banho nas experiências que guardei pelo tempo, ainda que muitas vezes queiram malograr o caminho da minha liberdade.
Desde criança aprendi que a dança frenética da vida é tudo que me mantém vivo, apesar das marcas e cicatrizes que carrego nas minhas memórias e no meu corpo, como simbolos de um sobrevivente do meu tempo.

®Jorge Bessa Simões

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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