sexta-feira, 17 de maio de 2024

*"Síndrome do pânico, a minha prisão" (Reflexão)

Neste momento, sei bem como é estar numa prisão ainda que em liberdade pois sofro com essa síndrome e tudo o que ela me causa.
Dói, pois meu coração acelera a ponto de faltar ar nos pulmões e o emocional se descontrola.
Dói, porque tento aguentar firme para não acharem que estou ficando louco.
Dói, porque meu estômago vira do avesso.
Dói, porque meu corpo pede por um segundo de paz já que estou cansado de sentir todos os dias a mesma coisa.
Dói, porque sei que nem com remédios me acalmo e é quando as minhas palavras saem da minha boca sem nexos.
Dói, porque sinto palpitações no coração, meus pés e mãos soam frios.
Dói, porque minhas memórias entram em confusão, na minha mente surgem hipóteses de coisas ruins a todo instante.
Dói, porque muitos por não compreenderem o que se passa comigo me fazem cobranças e mais cobranças.
Dói, porque nesse momento minha dor aumenta e se transforma em desespero.
Dói, porque sinto na pele a desconfiança, acusações e julgamentos.
Dói, porque meu coração acelera tanto que me sinto cansado, a força produzida chega a deixar minhas gengivas doloridas.
Dói, porque minha luta é árdua com meu emocional até para dormir.
Dói, porque minhas pernas tremem tamanha é a tensão muscular que sinto.
Dói, porque minhas mãos se apertam tanto na tentativa de aliviar a pressão que sinto o ranger dos meus ossos com a tensão no meu íntimo.
Dói, porque simplesmente não tenho descanso.
Dói, porque vivo numa constante cobrança para enfrentar meus medos, anseios e com tudo isso meu corpo sente todas as dores possíveis e inimagináveis.
Dói, porque por mais que eu tente explicar o que realmente é a síndrome do pânico, muitos chegam a me dizer que é só "frescura".
Dói, porque por mais que eu tente, não consigo colocar em palavras o que é ter que viver com pânico todas as horas da minha vida.
Por isso me dói mais os julgamentos do que as ajudas que eu poderia receber para que pudesse enfrentar essa dura batalha e não ter que me isolar de todos que amo até para protege-los de mim, por isso essa síndrome de pânico acaba se tornando a minha prisão.

®Jorge Bessa Simões

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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