E dos rios onde na minha infância brincava,
Do gosto da fruta "roubada",
Que quase não se encontra mais nas cidades grandes.
Saudades do amigo imaginário que nunca existiu,
E do tempo que sonhava viver a vida sem ilusão,
Das cidades por onde passei,
E de tanta gente que por mim passou.
Saudades das festinhas em casa,
Onde curtíamos o som nas vitrolas amplificadas,
Dos bailes em que se dançava a noite inteira,
Depois íamos namorar na praça até o nascer do sol.
Saudades dos fins das madrugadas,
Em que esperava a entrega do pão e leite no portão de casa,
E da garota amada,
Que ficou perdida na ilusão de um momento.
Saudades do tempo em que se namorava na sala,
E quando os pais descuidavam aproveitávamos para nos beijar,
E de tantos momentos,
Em que fiz as descobertas da minha inocência.
Saudades do tempo que buscava as minhas essências,
Acreditar que existe um Deus de verdade e amor,
E do tempo em que se namorava,
No escurinho do cinema.
Saudades de quando se falava de amor,
E sonhávamos em viver um "felizes para sempre",
Com aquele amor que nunca deveria se acabar,
Como hoje em dia onde tudo se acaba ao amanhecer.
Saudades de não saber como será meu amanhã,
Já que o ontem virou saudades em meu coração,
E hoje?,
Como doem as saudades que tenho!
®Jorge Bessa Simões
®Velhas Memórias Poéticas. Copyright © 2013-2024
®Direitos Autorais Reservados. Lei 9.610/98
*Foto Arquivo Google Imagens.
©Todos os direitos reservados/2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário