quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

*"Abril" (Poema)

Em um certo abril nasceu um menino que logo se tornaria uma criança, adolescente, jovem e um homem, com ele haviam muitos sonhos.
Revolvendo meus pensamentos passados, me recordo dos tempos que já se foram e percebo que o outono da minha vida está chegando ao fim, sinto que logo meu tempo irá se findar.
Ao imaginar meu saudoso nascimento que de tão longe no tempo se esvai, lembro-me dos sonhos tidos e das saudades tantas e imagino: "Quem dera há minha infância pudesse retornar".
Que bom seria se os ponteiros do relógio pudesse voltar no tempo que nunca volta, torceria tanto e tanto o pino de voltar que de repente, me encontraria de calças curtas como no meu tempo de infância dos anos idos, e se pudesse voltar ainda mais os ponteiros da vida, me tornaria de novo aquele mesma criança.
Se pudesse voltar no tempo, as lágrimas pelos desenganos vertidas iria esquecer, torceria ainda mais o pino de voltar e chegaria no instante da minha infância perdida e roubada, quem sabe conseguisse evitar tamanho mal a que fui afligido nos meus tempos ido de criança.
Quem dera o relógio da vida o seu pino pudesse voltar talvez ao zero de tudo, antes de a morte me silenciar na fria sepultura que me espera ao findar algum abril do meu tempo.
Queria poder torcê-lo, torcê-lo, e no instante seguinte voltar apressadamente no tempo até um certo abril para quem sabe novamente quase tudo recomeçar, e assim realizar meus sonhos perdidos e até os roubados de mim quando eu era um menino que muito rápido vi meu tempo se transformar, muitas coisas se tornaram um grande pesadelo.
Mas quem sabe mudando aqueles sonhos perdidos e roubados da minha infância de forma tão violenta, não veria o homem que logo desta vida se despedirá tendo ao menos parte dos seus sonhos realizados, antes que os ponteiros da vida se adiantem no tempo.

®Jorge Bessa Simões

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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