sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

*"Meus abril" (Poema)

Não sei dizer o que acontece comigo ou porque me sinto assim ultimamente, talvez seja a falta das companhias que me mantinham ocupado demais para pensar nas coisas com as quais tenho pensado, sei lá?!
O que sei é que meu tempo está passando e sinto-me como uma folha seca se desprendendo da árvore como se o outono me atingisse em cheio, é difícil ter esse sentimento já que tenho muitas aspirações, embora meus olhos já não sejam tão brilhantes como antes, o verde do meu olhar está se tornando acinzentado, não vejo mais tão bem o colorido da vida.
Minha voz não tem o mesmo entusiasmo ao falar de carinho ou amor, pois ao tentar falar sobre esses assuntos, dizem que estou velho demais, talvez nem tenha o porque de falar sobre isso mesmo, já que não posso considerar as coisas bonitas que admirava antes, sem sofrer pré-conceitos ou preconceitos, pois dizem que tenho de evitar isso.
Sinto os meus abril se aproximando do fim, sinto-me confuso, a dor em meu peito se torna mais intensa, não sei o que se passa comigo diante dos meus abril acinzentados desses anos vividos.
É complicado quando o outono da minha vida chega e me traz uma certa necessidade que já nem sei mais ao certo o que é, por mais que queira fingir, não encontro o sentido para muitas coisas, talvez tenha chegado o momento de esquecer meus sonhos, já mergulhei tão fundo na vida que sinto meu outono e suas folhas amareladas.
Meus abril estão ficando mais cinzas nesses tempos outonais que chegam mais rápido, o que me faz perguntar:- "Será que realmente não posso mais ter ou viver meus sonhos nos últimos abril que me restam?!"

®Jorge Bessa Simões

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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