São histórias terríveis e doloridas, muitas acabam mortas pela insanidade "licita" daqueles que se acham seus donos e as sobreviventes dessas histórias só lhes restam cicatrizes que serão carregadas pelo resto de suas vidas.
Felizmente algumas conseguem ter coragem e lutam para sobreviver a esta verdadeira chacina diárias, são muitas as que conseguem não se deixar virar estatísticas policiais ou noticiosas.
As vemos aos montes dando seus gritos pois um dia elas se cansam e querem abandonar essas fases de reclusão, recuo, da vontade de ficar só, longe de tudo, elas passam a tentar sair dos tempos de recolhimento.
E após seus gritos de socorro, muitas vezes esses momentos serão necessários para elaborarem suas dores e superarem as marcas infligidas em seus corpos, são momentos que ficarão como que num casulo por um tempo.
Tempos da fecundação delas mesmas e de renascimento, muitas são as histórias do passado que precisam morrer para novas histórias nascerem.
Porém são poucos os que ouvem seus gritos ou observam a coragem delas para sair do "cômodo", mas elas terão tempos em que se sentirão perdidas, a sós, literalmente.
Mas depois de tantos gritos, elas descobrem a força que possuem, e por mais que a vida lhes traga percalços "escolhidos, em alguns casos, por uma paixão momentânea" e passam por situações horríveis, as que sobrevivem desse processo, querem buscar uma renovação das suas vidas, já que precisam brilhar novamente.
Para muitas mulheres a volta a vida, pode parecer uma morte, e é, morte de quem se foi para se tornar quem se quer e quem é..., uma mulher forte, corajosa, e acima de tudo, mulher sobrevivente.
®Jorge Bessa Simões
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