Uma dor dilacerante persisti em meu coração todos os dias e a pior de todas as dores é me sentir muitas vezes sozinha, como eu queria um colo onde pudesse ter um abraço, me refugiar e ter o carinho e o valor que tanto procuro.
Mas o caminho por onde trilho, machucada, assustada, me faz ser determinada e não desistir, no chão que eu piso me faz aprender a deixar de sentir menos a dor, o sangue que escorria estancou e os cortes começaram a cicatrizar, sinal da força que preciso.
Já quis reclamar dos fortes ventos que vez por outra se davam no meu caminhar, mas percebo que os ventos na verdade estão afastando os cacos de vidros e eliminando os espinhos, durante meu percurso mal conseguia perceber que eu posso encontrar forças para me libertar daquilo tudo que me causa tanto mal.
Minha jornada não acabou, não sei quais serão os obstáculos que irei enfrentar, mas diante das dificuldades passadas e superadas graças as poucas ajudas inesperadas que tive, busquei renovar minha confiança em mim e me valorizar como mulher.
Aprendi que a vida tem momentos de dor, perdas, vazios e solidão e podem ter momentos bons que irão revigorar meu coração, nesta tentativa de me resgatar, vou lutar pra criar uma nova versão de mim, mais forte, guerreira, mais mulher, afinal se no mundo eu suporto as dores do parto, não posso suportar o que virá a frente?
Depois da minha libertação própria, estou pronta, apesar das cicatrizes, não importa qual seja a pergunta que me façam, minha resposta será: "Eu sempre quero ser uma fonte transbordante e inesgotável de força e amor".
Compreendo que em meios as dores, virão as flores, basta eu saber dizer Não!, para tudo aquilo que possa me causar algum mal, afinal, eu sou especial, eu sou Mulher!
®Jorge Bessa Simões
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