Me lembro de quando a vi pouco antes da sua partida, me recordo que minha mãe me pedirá que se houvesse uma única oportunidade dela voltar para casa, gostaria de colocar uma música para que dançássemos uma última vez que fosse.
Ela me disse: “Não vou realizar essa vontade, assim como gostaria de irmos pescar juntos, mas sabe meu filho, isso não significa que eu esteja desistindo de viver ou que deixei de te amar, não é isso, mas infelizmente está chegando meu momento. Me lembro que você me perguntou porque quando amamos alguém, este alguém tem de partir, lembra?
Pois é meu filho, certas coisas não tem explicações, simplesmente tem de acontecer, mas não se deixe abater, siga em frente, viva sua vida a cada momento, não deixe passar as oportunidades de amar e ser amado, e nunca deixe de ser você!"
Perguntei para ela: “O que a senhora faria no meu lugar?”
Ela me respondeu: “O mesmo que você faria por mim, viva!”.
Sentado ao lado dela foi marcante para nós dois, fazia algum tempo que não estávamos tão próximos, minha mãe colocou sua mão sobre minha cabeça e disse: “Meu filho, dance por nós dois."
Em minha mente veio a música que ela gostava de ouvir e dançar, dos meus olhos escorreram lágrimas por causa daquele pedido, mas infelizmente, horas depois deste momento, recebi a notícia que minha mãe havia partido, a imagem que ficou dela para mim, foi o seu sorriso.
Ao me recordar destes momentos, escrevo esse poema porque tenho visto o mundo distorcendo ou complicando demais a vida e o sentimento de amar, e nesse ponto, minha mãe soube me ensinar a amar.
Ela me mostrou que o resto da vida é só ilusão, me fez acreditar que quando se quer alguém perto de você, não importa como tenha sido a vida dela por você ou vice versa, pois só o amor é o que restará na vida de qualquer um de nós.
®Jorge Bessa Simões
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