domingo, 12 de maio de 2024

*"Cadeiras vazias" (Poema)

Muitos são os momento de dor, perdas e choro que me assolam todos os dias, doenças degenerativas e silenciosas se instalaram em mim e entre alguns a minha volta, com isso muitas pessoas queridas do meu convívio foram levados.
Primeiro meu irmão, com sua força ele lutou anos contra suas enfermidades até não aguentar mais, tempo depois meu pai seguiu pelo mesmo caminho, ambos foram os primeiros a partir, deixando uma dor imensa e um vazio enorme no meu coração que até hoje não sei como lidar.
Outros dias a frente parte do meu sorriso também morreu, foi difícil pensar que muitas coisas poderiam ter sido feitas ou ditas de forma diferente, a vida segue e não dá tempo para que se conserte o coração não é mesmo?
Se tais perdas tinham sido terríveis na minha vida, imagine quando um dos meus pilares, minha mãe, que se fazia de durona e as vezes até um tanto brava mas no fundo era todo amor, também me deixaria.
O vazio foi maior ainda, vazias ficaram as cadeiras que embalaram por décadas as minhas histórias, infelizmente, chegou o momento que todos sabiam que uma hora iria chegar, mesmo não estando preparado o suficiente para dizer adeus, ainda me lembro com tristeza quando minha mãe me disse na cama daquele hospital..., "Agora chega!".
Foi assim que a voz que tanto me ensinou se calou, eu não ouviria mais as palavras ditas pela pessoa mais doce, amorosa, receptiva e calorosa que a vida poderia ter me dado.
Ela fora uma mulher de fibra, guerreira, tentou me criar com todo amor, mesmo diante das adversidades que a vida lhe apresentava, e assim, restou da sua presença mais uma cadeira vazia, não sei o que a vida ainda me reserva, tudo que sei é que logo haverá outras cadeiras vazias e uma delas poderá ser a minha, sei lá?!...

®Jorge Bessa Simões

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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