Triste, obscura, cinzenta,
Minha paz é inquietante e perturbante,
Onde apenas o escurecer me alenta.
A vida vai andando com sentimentos incertos,
A sociedade vai me oprimindo,
Meus pensamentos já não podem ser concretos,
E assim continuo vivendo sem respostas.
O que estou a viver?
Será que me abaterá uma tempestade repentina?
Porque meu chão continua a tremer?
Tenho a mente confusa por tantas ideias trocadas,
O dia-a-dia materialista me faz uma pessoa esgotada,
Fica um vazio por dentro, trabalho para sobreviver,
Para parecer feliz, quando na verdade não posso ser.
Como gostaria de poder sentir os cheiros das manhãs,
Sentir as sensações que percorrem meu íntimo,
Parar de ser robô de mim mesmo,
Abrir meu coração e poder falar o que sinto.
Mas ninguém me ouve,
E porque haverão de me ouvir?
Sou um mero peão neste tabuleiro da vida,
Que apenas sabe sentir minha própria frustração.
®Jorge Bessa Simões
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