Já estive em tantos lugares, mas ao olhar pro infinito do meu eu tento entender o tempo que vai e vem, e nesse duelo infinito de tantas perguntas tenho medo de não encontrar respostas das coisas que nunca pude compreender, é por isso que no instante seguinte meu coração se cala.
Assim vou revirando meu baú interior revivendo as lembranças das coisas perdidas, sonhos esquecidos e dos amores não vividos simplesmente por ter me faltado coragem de enfrentar meus medos e as desconfianças dos outros, tudo foi jogado neste baú das minhas memórias.
Revirando meu baú interior, resolvi ouvir as velhas músicas para ver se ainda posso sentir algo diferente, e depois do play acionado não me arrependo de ter apertado o botão, ao ouvir certas melodias elas me fazem sentir saudades, não aquelas saudades que me fizeram ficar de joelhos escondido de mim mesmo, na verdade o que sinto é uma saudade gostosa, mesmo que algumas lembranças sejam tristes, e assim continuo só no infinito do meu eu.
Então penso; "Meu Deus!", meus pensamentos estão fervilhando na minha cabeça, deixando meu coração acelerado."
Dou um sorriso, abano minha cabeça na intenção de me levar o mais longe possível nas minhas lembranças porque não sei se este será meu último momento na vida.
Mas enquanto estiver aqui vou tentar me compreender, ainda que o passado me atormente e o presente nem sempre seja tão bom quanto eu gostaria, sei que nesse espelho convexo do tempo onde as imagens podem ficar distantes ou próximas, percebo que os meus erros são os reflexos dos meus acertos.
Sei que logo não terei um futuro a minha frente, meu tempo está passando, o que me faz lembrar que mesmo revirando meu baú interior tudo será esquecido e as coisas anteriores já terão passado.
®Jorge Bessa Simões
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