domingo, 28 de abril de 2024

*"Meu silêncio outonal" (Poema)

Queria poder dizer as coisas que estão presas em minha garganta, minha mente e no meu coração.
Dizer das minhas dores, mágoas, tristezas e minhas alegrias, porém tenho medo de dize-las.
Pois quando tento dizer o que sinto tudo é mal compreendido ou distorcido, dizem que são coisas que não importam mais ou que pertencem ao passado.
Mas como me libertar dessas palavras aprisionadas que me machucam e ferem? Como soltar esse meu grito abafado que não se contém mais em meu coração?
Sinto que meu peito vai explodir, gostaria de gritar a todos o que sinto, de romper essa barreira silenciosa que grita em meus outonos que estou vivendo.
Esse silêncio é como uma adaga que atravessa meu coração e a dor causada por ele, é como a morte que me acompanha, não gostaria de guardar esse silêncio em meu coração, penso que se temos um passado porque nega-lo?
Não dizem que o passado é o reflexo no presente e o espelho do futuro?
Então porque devo ficar nesse silêncio outonal se tudo o que vivi até aqui, tristes ou alegres foram momentos únicos que creio foram bem vivenciados e que retratam tudo o que vai em minhas lembranças, porém poucos tem a coragem de expor pelos mesmos medos que sinto agora, entretanto não posso ficar refém deste silêncio outonal.

®Jorge Bessa Simões

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*Foto Arquivo Google Imagens.
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