Mesmo na distância das nossas vidas, você nunca deixou de ser minha mãe, acredito que você sentia o quanto eu te amava, mesmo vivendo distantes, erámos muito próximos.
Mas nesses dias da sua ausência nada mais importa, me recordo que pedi para que você ficasse aqui, porém a vi partir sem que nada pudesse fazer, não pude vencer a morte que tirou-a de mim.
Nesses últimos dias procuro fazer minhas mudanças pois acredito que um dia iremos nos reencontrar, essa é uma das minhas esperanças.
Me lembro do tempo em que compartilhávamos nossos anos e o quanto nós vivemos nossos dias, não importava o que nos acontecia, nos amávamos como mãe e filho, sabíamos como encontrar nossas trilhas mesmo quando o mundo nos mostrava outro caminho, porém a vida tomou rumos que nos separou.
Mesmo assim sentia seu carinho e seu amor, até o dia em que trocamos nossas últimas palavras sem que soubéssemos que seriam de despedidas.
O que me resta são meus tristes dias de dor com os olhos cheios de amargas lágrimas, quisera poder mudar aqueles anos em que não fiz minhas mudanças.
Meus dias estão passando, e mesmo estando ao lado de outras pessoas queridas me sinto nesta vida cada dia mais sozinho, pois não tenho mais você, mãe, comigo.
Você que um dia compartilhou comigo o seu ventre, como mulher e me deu o maior presente de todos, me deu a vida, e a sua vida minha mãe foi para mim, meu maior presente, e ainda é, mesmo nestes últimos dias que ainda me restam.
®Jorge Bessa Simões
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