As vezes acabo ficando sem voz quando mais preciso da fala por não ter coragem de parar uma discussão e dar um abraço dizendo o que realmente eu queria dizer.
As vezes seria bom arriscar, fazer o que mais tenho medo apenas para não esquecer o que é a adrenalina, saltar de cabeça nos pensamentos e no coração para sentir meus próprios sentimentos, ter atitudes e tomar as iniciativas sem ter vergonha de ter todas as respostas na palma das mãos.
As vezes fico bobo de ver alguma situação e ter que ser duro em outras, o que eu queria hoje não é algo que irei querer amanhã, as opiniões devem continuar, mas preciso engolir o orgulho para que possa recomeçar mais uma vez, mas eu preciso ser cauteloso para que nada saía fora dos eixos, preciso andar em retas mesmo quando a vontade é seguir por curvas sinuosas, falhar por medo de acertar e acertar quando achar que vou errar, ainda que as vezes tenha medo do que possa acontecer.
As vezes acordo com vontade de ver o mar e mergulhar nas suas ondas e esquecer tudo que há lá fora, porque sou humano vivo querendo voltar a infância por não conseguir lidar com a adolescência por receio do que veio depois que me tornei adulto.
Por isso prefiro ser sonhador do que ter a realidade marcada nos meus olhos por saber que tenho a liberdade de viver um pouco a cada momento, que é bom saber de tudo antes que o dia termine ou que o sol apareça, as vezes, sou tão desligado que não me dou conta de que o bom as vezes passa e eu posso aproveitar tudo, a vida continua e posso vivê-la sem receio de nada.
Por isso não posso me esquecer que ainda sou parte de um todo em que as vezes, ainda não tenho vez, as vezes...
®Jorge Bessa Simões
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